quinta-feira, 10 de outubro de 2013
DIGA NÃO A DESTRUIÇÃO DA RESERVA DO PERO-CABO FRIO,RJ.
Manifestação contra empreendimento Reserva Peró supera espectativas e motiva ambientalistas
Para uma cidade acostumada a virar as costas para os problemas ambientais, Cabo Frio viveu um momento único neste domingo chuvoso de primavera (29/09). Apesar da ausência dos ambientalistas da cidade e dos representantes de partidos políticos que se apresentam como defensores do Meio Ambiente, a manifestação contra a implantação do projeto imobiliário Reserva Peró foi um sucesso. Tanto pelo comparecimento, como pela qualidade e consitência das manfestações.
De Búzios vieram os ativistas ambientais em caravana, e também o secretário de Meio Ambiente. De Cabo Frio, o grupo maior e mais representativo foi da OAB, que compareceu com vários advogados, acompanhados do próprio presidente da entidade, Eisenhower Dias Mariano.
Os moradores do entorno também marcaram presença, participando ativamente das discussões e queixando-se de nunca terem sido ouvidos. Alessandra e Evaldo são moradores do Caminho de Búzios e souberam da manifestação pelo rádio.
"Essa manifestação é show de bola. A gente já estava querendo isso faz tempo. Não somos contra hotel, resort, mas a praia tem que ser livre. E também tinha sido noticiado que isto aqui é uma reserva ambiental , então como que se loteia uma reserva ambiental? É isso que a gente quer saber, baseado em qual lei se reverteu essa posição de tornar uma reserva ambiental para um loteamento? Como pode? Quem foi consultado para decidir isso?" perguntam.
Um grupo de moradores do Condomínio dos Pássaros, formado pelo holandês Rudolf , Grimalda, Denise e Vanda, era dos mais animados na manifestação. "Aqui deveria ser transformado em um bosque onde se pudesse passear. Nós moramos no Condomínio dos Pássaros e estamos tentando criar um abaixo assinado para que isso aqui não vá adiante, porque nós vamos ser muito prejudicados com isso. Climaticamente, isso vai ser péssimo, e o fato de eles acharem que agente não pode passar para a praia, isso não existe", diz Grimalda.
Outra moradora, Vanda conta que quando comprou o seu imóvel foi seduzida pela promessa de morar em frente de uma reserva. "Dois anos depois eu venho saber que tudo isso vai ser destruído. Eu me sinto uma palhaça, na contra-mão de tudo que acontece no mundo, quando todo mundo quer é preservar".
O médico buziano Cláudio Aqualusa se empenhou na mobilização para a manifestação e ficou satisfeito com o resultado. Falando em nome do grupo, Aqualusa fez um apelo aos moradores e ambientalistas de Cabo Frio para que participem junto com Búzios do movimento.
"Nós viemos com crianças, com chuva, num domingo, e o número é maravilhoso. Poucos ambientalistas de Cabo Frio estavam ligados na manifestação, e , coitados, eles estavam sozinhos. Nós queremos convidar esses ambientalistas para estar conosco, até para nos embasar com dados sobre a área, pois precisamos muito do conhecimento técnico que eles têm para nortear as nossas ações. Juntos nós somos fortes", disse.
"Nós viemos com crianças, com chuva, num domingo, e o número é maravilhoso. Poucos ambientalistas de Cabo Frio estavam ligados na manifestação, e , coitados, eles estavam sozinhos. Nós queremos convidar esses ambientalistas para estar conosco, até para nos embasar com dados sobre a área, pois precisamos muito do conhecimento técnico que eles têm para nortear as nossas ações. Juntos nós somos fortes", disse.
Hamber de Carvalho, notório manifestante das lutas socias de Búzios, marcou presença no Peró e aproveitou para filosofar. "A gente está resgatando o que se perdeu na emancipação, que criou essa divisão entre o povo de Cabo Frio e de Búzios. Isto aqui une os dois municípios, vamos trabalhar juntos", exaltou.
Vinícius Peixoto era um dos poucos cabo-frienses presentes. "Estou aqui, um pouco representando a turma de Cabo Frio", disse, justificando a ausência dos ambientalistas históricos da cidade. "Vamos ver se nos próximos encontros a gente consegue trazer esses ambienatlistas e também outras pessoas que estão indignadas com esta desvastação que está acontecendo no Peró", disse Vinícius.
O desencadeador do movimento de preservação das Dunas do Peró, Martim Moulton caiu meio por acaso no assunto. Ao preparar sua discertação de mestrado pela UFF, sob orientação do Professor Guilherme Fernandes, um renomado especialista em Dunas, viu incluídas como uma das áreas de estudo de seu trabalho, as Dunas do Peró.
"No inicio do mês de setembro, nós estivemos aqui fazendo um trabalho de campo e vimos essas máquinas começando a trabalhar sobre as Dunas, que a gente sabe, pelos estudos que fazemos, que são Dunas ativas, que por mais que em alguns setores não estejam ligadas ao sistema de Dunas mais ativo, que são aquelas mega-formas de Dunas mais ao sul, tudo isso faz parte de um sistema, que depende dessa movimentação eólica", disse.
Martin alerta, também, para o aterramento que está sendo feito na área. "Não é só a questão da movimentação da areia, é também a questão da colocação do saibro, que é so uma primeira etapa, depois vão asfaltar, e a impermeabilização desse solo vai afetar toda a região, o aquífero todo", explicou.
O jovem lembra que a principal medida mitigadora do empreendimento era fazer um horto-viveiro, para replantar as espécies nativas e realocar as espécies que seriam retiradas. "Mas aí eu pergunto, cadê o horto-viveiro? Esse horto deveria vir primeiro! Para que eles possam realocar essas espécies que estão retirando", enfatiza Martin.
Búzios na briga
A militância ambiental em Búzios é uma tradição que já tem troféus para exibir: A preservação da Azeda/Azedinha, que culminou com a sua inclusão no Parque da Costa do Sol, é o exemplo mais significativo de como lutar e ser vitorioso em demandas ambientais. As últimas ações do grupo envolveram a paralização da construção de um empreendimento imobiliário na área de influência do Mangue de Pedra, na Ponta do Pai Vitório, e a revisão do projeto de transposição dos efluentes das Etes de Cabo Frio para o Rio Una, cuja foz é na Praia Rasa, em Búzios.
Monica Werkhauser é genuína representante desse ativismo incondicional, irreverente e pragmático. "Nós resolvemos abrir um grupo no Facebook pela necessidade que vimos, ao passar por aqui e ver a destruição que estava acontecendo nesta área. As pessoas aderiram e de repente já tinha mais de 900 membros. Nós já lutamos pelo Mangue de Pedra, pelo Rio Una e agora nós temos que lutar pelas dunas do Peró, porque isto é uma coisa preciosíssima e não é apenas de Cabo Frio, mas de toda a região", diz.
Criado dentro desse espírito, o buziano Carlos Alberto Muniz, atualmente vice-prefeito e secretário de Meio Ambiente de Búzios, sempre esteve envolvido com as demandas ambientais de Búzios. Preocupado, declarou estar presente como cidadão e não como secretário. "Eu fiquei pensando, será que eu vou criar algum constrangimento? Mas, eu estou com 64 anos e se a gente for ficar ligando para os constragimentos, não faz nada e deixa tudo acontecer", disse.
Muniz alerta que o sistema de dunas do Peró interliga duas manchas de matas. "Se vocês vierem aqui cedinho, vão ver as pegadas de cachorro do mato, de gato do mato, de todos os animais que procuram estas lagoas aqui para se abastecer de água. Esse circuito de Dunas pertence ao circuito de longa duração e a legislação é clara em relação a preservar essas áreas. É um absurdo ter um loteamento em cima de Duna. Se não pode para nós cidadãos comuns, por que que pode para alguém?" pergunta
Muniz alerta que o sistema de dunas do Peró interliga duas manchas de matas. "Se vocês vierem aqui cedinho, vão ver as pegadas de cachorro do mato, de gato do mato, de todos os animais que procuram estas lagoas aqui para se abastecer de água. Esse circuito de Dunas pertence ao circuito de longa duração e a legislação é clara em relação a preservar essas áreas. É um absurdo ter um loteamento em cima de Duna. Se não pode para nós cidadãos comuns, por que que pode para alguém?" pergunta
OAB toma posição firme pela preservação da área
Presente na manifestação acompanhado de vários advogados, o presidente da 20ª. Subseção da OAB/RJ, Eisenhower Dias Mariano, deu um vigoroso apoio ao movimento de preservação da área.
"Esta é uma causa que já conhecemos há bastante tempo. Isso já foi objeto de trabalho em nossa Comissão de Direito Ambiental, onde enfrentamos grandes problemas a começar pelo antigo secretário de Meio Ambiente de Cabo Frio. Ele era uma espécie de "primeiro ministro" do município e queria interferir na nossa comissão ambiental", conta Eisenhower.
O advogado também colocou as instalações da entidade à disposição do grupo para a realização de reuniões. "Não sei até onde isso vai, mas entendo que cada um de nós pode fazer alguma coisa. Enquanto tivermos forças, palavras, vamos lutar por isso. Uma coisa que considero muito importante, a OAB Cabo Frio não tem amarras, não tem cabresto, não tem portaria, não recebe dinheiro de lugar algum, a não ser dos advogados. Então, nós podemos comparecer e falar. Temos um espaço lá à disposição para as reuniões úteis da sociedade e estamos lá à disposição para nos ombrear aos que quiserem lutar pelo melhor da sociedade. Vamos reabrir a discussão mais uma vez e ver quais os caminhos a seguir"
Para o advogado Jose geraldo, do movimento Ecoar, a persença da OAB é natural. "A OAB está sempre engajada nas lutas sociais junto com o povo. Estamos aqui para defender a causa popular, a causa da sociedade", declarou.
José Geraldo considerou um absurdo o que está acontecendo no Peró."Um dos maiores crimes ambientais que já presenciamos, e não podemos ficar sentados esperando construir, como aconteceu com o shopping Parklagos, que quando corremos atrás, era tarde . Agora não podemos deixar que isso aconteça aqui na Reserva Peró", alertou.
José Geraldo lembrou que existe uma Ação Civil Pública tramitando na Justiça Federal. "Agora teve um último despacho para ouvir o Ibama, mas esta muito lenta e se a sociedade não se movimentar isto aqui vai acabar, esta reserva vai acabar. A sociedade, dentro do Direito, sem criar atrios, pode e exigir os seus direitos. Vamos ver se mantemos esta reserva aqui", falou.
A briga será árdua, e a prova disso está na origem da APA do Pau Brasil. "Quando foi feita a demarcação do Parque Costa do Sol e esta área ficou de fora, nós já imaginávamos que alguma coisa ia acontecer. Aí veio a história do Club Med, que estamos vendo não tem nada de Club Med, é só loteamento para mais de 1.000 casas", observou o advogado.
Mesmo com as obras já em anadamento, o advogado mostrou otimismo quanto aos desdobramentos futuros do caso. "Eu creio que a justiça vai ser feita, vamos tentar reverter a situação, mas eu creio que o Ministério Público Federal vai se movimentar, o Estadual também. Nós precisamos da ajuda deles", enfatizou.
No final da manifestação o grupo saiu em passeata até a entrada do empreendimento, para mais uma sessão de fotos.
Dando continuidade às ações, os ambientalistas de Búzios tinham a promessa de um encontro com o prefeito de Cabo Frio na parte da manhã desta segunda, dia 30 na prefeitura de Cabo Frio, mas foram recebido pelo chefe de Gabinete Dirlei Pereira.
Na quinta-feira, dia 3, está agendada reunião na Associação Comercial de Búzios (Aceb), às 18hs, para avaliar o resultado das ações e traçar novas diretrizes. Dessa reunião sairá a data de uma grande reunião em Cabo Frio, na sede OAB, para agregar os grupos de toda região, e discutir planos de ação.
Para quem enfrentou a chuva fina para ir ao Peró, ficou uma sensação de primeira vitória. Aqualusa resumiu, em sua página no Facebook, o sentimento geral dos participantes: "Parabéns ao nosso grupo. Pontual, emocionante, eficiente!!!"
Da Redação
ATUALIZANDO!
Caíram caçados,faliram frustrados
quem se recusou a compartilhar a caça
com esta esfomeada alcateia.
Viramos ovelhas acuadas,
diante desta vil platéia.
Nossos bolsos revirados,caíram todos quebrados
nesta imunda aliança,
se esvai nossa esperança...
São tantos os personagens,nesta nossa cidade,
Vovós,chapeuzinhos,todos feitos de bobos...
Onde somente prosperam,
os gananciosos lobos.
Do nosso dinheiro se fartam e arrotam
com projetos de Lei infundados,
Deixando sequelas que brotam,
nos pratos que são esvaziados.
Proferem palavras vazias,mentiras,
em peitos ocos ausentes,
entorpecidos e já nem sentem
o que é amor ou justiça
somente conseguem ter,
a ganância e a preguiça.
E o povo nem percebe
que somos nós mesmos a massa,
o molho,o recheio,
desta indigesta pizza que no forno assa.
E vivem como os três porquinhos
que tentam em vão sozinhos
suas casas reerguer,
mas os lobos assopram e derrubam
quem lhes ousam desobedecer.
E segue este povo sofrido
Cuspido,pisado,comido
por aqueles que os representam
expondo-os a merce do perigo,
quando disto tinham que os defender.
Qual a moral desta história?
Uma gente que vive sem glória,
que o ser humano não presta,
que o povo não se interessa,
no seu próprio bem ou do outro,
em comer farinha com biscoito
pois tudo acaba em uma festa!
e no final deste conto de fadas as avessas
onde o tempo passa sem pressa,
Onde nada aqui faz acontecer,
desculpem mas eu vou dizer:
Este povo tem o governo,
que fez por onde merecer!
NÁDIA D'ANDREA
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
PARA REFLETIR E AGIR...
Nota-se no mundo capitalista que o consumismo tem atingido padrões cada vez mais exorbitantes, e que as pessoas têm se preocupado cada vez menos com a questão ambiental. Lembrando-se apenas em satisfazer seus delírios consumistas e esquecendo-se que em muitas vezes para atender seus “caprichos”, são utilizados recursos esgotáveis.
Merece destaque, a questão da reciclagem, tema que vem sendo abordado de maneira superficial. Estando tão acostumados a ter a nosso alcance produtos e serviços que atendam aos nossos anseios, não paramos para pensar de onde vêm tantas comodidades.
Quando vamos à sorveteria no final da tarde, por exemplo, e nos são oferecidas pás de plástico e de madeira, adivinhem só qual escolhemos? E quando saímos dali e vamos ao mercado comprar algumas frutas temos a escolha entre sacola de papel e de plástico, qual escolhemos novamente?
Como foi dito anteriormente, fazemos usos destes recursos quase que de maneira automática e se nos fosse negado repentinamente seria como estar tirando nosso bem estar e conforto. É por esse motivo que devemos nos preocupar em consumir materiais biodegradáveis e voltam a nos servir. Para que isso aconteça teríamos que selecionar nossos resíduos (coleta seletiva de lixo.).
Para que isso se concretize há a necessidade de conscientização em massa e apoio incondicional de nossos dirigentes.
Quando ouvimos falar sobre meio ambiente pensamos logo em florestas, campos, e lugares que tenham plantas ou animais a serem preservados. A expressão “meio ambiente”, entretanto pode indicar qualquer “espaço” em que um ser vive e se desenvolve. Na interação e nas trocas de energia que se estabelece entre ser vivo e meio ambiente há transformação quanto do ser vivo como do meio ambiente. No caso do ser humano, além do espaço físico e biológico existe também o espaço sociocultural. Desse modo, pode-se considerar o local onde se mora, onde se trabalha ou se estuda como parte do meio ambiente. Hoje em dia se fala muito em Ecologia, mas poucas pessoas agem ecologicamente. O termo Ecologia foi proposto em 1988 pelo biólogo Haeckel, e é composto por duas palavras gregas: oikos, que quer dizer “morada”, e logos, que significa “conhecimento”. Conhecer Ecologia significa estudar a morada, a casa, o ambiente onde vivem os seres vivos.
Assim concluindo peço a você leitor, que, antes de cometer qualquer ato que prejudique o meio ambiente lembre-se desse texto e reflita.
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