Será que algum medicamento pode ajudar a mulher a sentir mais prazer e a atingir o orgasmo? Será que alguma pílula poderia fazer o que Viagra, Uprima e outros medicamentos têm feito pelas dificuldades sexuais masculinas? A resposta é não. Ainda não.
Não adianta a gente querer encontrar uma fórmula milagrosa para proporcionar mais desejo, mais excitação e o tão almejado orgasmo. O segredo está na nossa cabeça. Isso mesmo. As causas da dificuldade da mulher em atingir o clímax são psicológicas – e não físicas. É por isso que ainda não se descobriu uma pílula do orgasmo. As drogas sexuais tratam dos problemas da parte orgânica, não da emocional.
O que fazer, então, para chegar lá? A gente precisa aprender, antes de tudo, a não se cobrar tanto. Pensamentos e preocupações como "tenho de conseguir" ou "o que há de errado comigo?" só atrapalham, ainda mais quando invadem nossa cabeça bem na hora H. Ou seja, é preciso deixar as encucações de lado.
Um próximo passo é tentar ficar o mais à vontade possível com o próprio corpo: conhecer os pontos de prazer e não sentir vergonha ou inibição de se tocar. É preciso também ter coragem de mostrar ao parceiro do que você mais gosta – ou não – na hora do sexo. Tudo isso é importante para que o prazer seja cada vez maior.
Outro caminho importante é investigar se há algum trauma atrapalhando a obtenção do seu prazer, como lembranças muito negativas de alguma experiência sexual. Nesse caso, o melhor é recorrer à ajuda de um terapeuta sexual. Há instituições que fazem atendimento de graça. Você pode se informar sobre elas na Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (Sbrash), pelo tel. (011) 3263-0859.
Orgasmo é uma questão de aprendizado e de treino – não de medicamentos. A ciência evolui rapidamente, claro, e hoje já se pesquisa na Europa alguma droga capaz de interferir no prazer feminino. Mas são estudos iniciais e podem levar muito tempo para serem concluídos. O melhor a fazer? Vencer o tabu da masturbação, acabar com as cobranças internas, dividir com o parceiro os seus desejos e as suas expectativas e, se necessário, buscar a ajuda de um especialista. Você verá que, mesmo sem pílula do orgasmo, é possível ser muito feliz no sexo!
Laura Müller - Sexóloga
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