sábado, 27 de agosto de 2011

VINÍCIUS DE MORAES




“O poeta do amor”, Vinicius de Moraes (Marcus Vinitius da Cruz e Mello Moraes) nasceu na Gávea, Rio de Janeiro, na chuvosa noite de 19 de outubro de 1913, filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes (poeta bissexto) e Lydia Cruz de Moraes (exímia pianista). Em 1927 começa a compor juntamente com Haroldo e Paulo Tapajos. Bacharel em Letras, ingressa no curso de Direito (1930), formando-se três anos depois, mesma época em que conclui o curso de Oficial de Reserva e em que publica seu primeiro livro, O Caminho para a Distância. Em 1936 conhece Manoel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, que disse a seu respeito: Vinicius é o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão. Quer dizer, da poesia em estado natural.”Agraciado com uma bolsa de estudos, vai para Oxford, Inglaterra, voltando ao Brasil em 1939 com o advento da Guerra.
Torna-se amigo de muitos escritos e poetas brasileiros, dentre eles, Cecilia Meireles, Otto Lara Rezende, João Cabral de Mello Neto. Em 1943 ingressa na carreira diplomática, ocupando o cargo de vice-cônsul na Argentina (1946). Com Orson Welles, estuda cinema nos EUA. Em 1950, após visitar o amigo Pablo Neruda no México, retorna ao Brasil onde trabalha com produções cinematográficas. Três anos depois, compõe seu primeiro samba, música e letra, Quando tu passas por mim. Neste mesmo ano, vai para a França em trabalho diplomático. Faz parceria com Tom Jobim, e tempo depois, incluindo João Gilberto, dá origem ao movimento que criaria a Bossa Nova, que viria a ser “ouvida” pela primeira vez em 1958 no LP Canção do Amor Demais. A partir de 1961 compõe com Pixinguinha e Carlos Lyra; em 62 com Baden Powel e Ari Barroso. Em 1965 vence os dois primeiros lugares do I Festival de Música Popular de São Paulo, da TV Record. Exonerado do cargo diplomático em 1969, passa a viajar pela Europa, sempre compondo. De retorno da Europa, é acometido de derrame cerebral. Morre na manhã de 9 de julho de 1980, no Rio de Janeiro.

Bibliografia. Citamos: O Caminho para a Distância (1933), Forma e Exegese (1935), Ariana, a Mulher (1936), Poemas, Sonetos e Baladas (1946), Orfeu da Conceição (1960), Para viver um grande amor (1962), O Mergulhador (1968), História Natural de Pablo Neruda (1974), Procura-se uma rosa (teatro, 1962), A Arca de Noé (1991), Jardim Noturno – poemas inéditos (1993).


                                        SONETO DO AMIGO
           ENFIM DEPOIS DE TANTO ERRO PASSADO
          TANTAS RETALIAÇÕES,TANTO PERIGO
          EIS QUE RESSURGE NOUTRO O VELHO AMIGO
          NUNCA PERDIDO,SEMPRE ENCONTRADO

          É BOM SENTÁ-LO NOVAMENTE AO LADO
          COM OLHOS QUE CONTEM O OLHAR ANTIGO
          SEMPRE COMIGO UM POUCO ATRIBULADO
          E COMO SEMPRE SINGULAR COMIGO.

          UM BICHO IGUAL A MIM,SIMPLES E HUMANO
          SABENDO SE MOVER E COMOVER
          E A DISFARÇAR COM MEU PRÓPRIO ENGANO

          O AMIGO:O SER QUE A VIDA NÃO EXPLICA
          QUE SÓ SE VAI AO VER OUTRO NASCER
          E O ESPELHO DA MINHA ALMA MULTIPLICA.

                           VINICIUS DE MORAES



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