sexta-feira, 9 de setembro de 2011

PREVENINDO O CÂNCER DE MAMA

O câncer de mama ocupa hoje lugar de destaque na literatura médica por apresentar incidência crescente e elevada taxa de mortalidade entre mulheres brasileiras.
Atualmente no Brasil, estima-se a incidência anual de 40.000 casos novos, acarretando aproximadamente 4.000 óbitos por ano.
Apesar de ser um tumor maligno, é uma doença curável se descoberta a tempo, o que nem sempre é possível, pois o medo do diagnóstico é muito grande, levando algumas mulheres a perder um tempo precioso. Há um aforismo que diz: "quanto mais precoce o diagnóstico, maior a possibilidade de cura do câncer".

Os principais fatores que contribuem para o diagnóstico tardio são:
·        Pobreza de sinais e sintomas do câncer em sua fase inicial, enfatizando-se a ausência de dor local;
·        Pouca ênfase que se dá ao auto-exame e à mamografia de rotina;
·        Medo da mutilação acarretada pela mastectomia;
·        Desconhecimento das reais possibilidades de cura e do tratamento conservador;
·        Falta de acesso ou tempo prolongado de espera nas instituições públicas de saúde especializadas no tratamento do câncer;
·        Dificuldade de se implementar programas voltados para o diagnóstico precoce.
  
Fatores de risco:
Inúmeros fatores podem aumentar a chance da mulher desenvolver o câncer de mama, tais como:
·        Sexo - o câncer de mama é sobretudo uma afecção do sexo feminino, embora os homens também possam ser acometidos (aproximadamente 1% dos casos);
·        Idade - maior incidência acima de 40 anos, sobretudo depois dos 50 anos;
·        Mulheres cujas mães, irmãs e/ou tias tenham apresentado câncer de mama, principalmente se a doença manifestou antes da menopausa;
·        Primeira gestação após os 30 anos de idade;
·        Mulheres que nunca amamentaram;
·        Menarca precoce (primeira menstruação) e menopausa tardia (última menstruação);
·        Tabagismo;
·        Ingestão crônica de bebida alcoólica;
·        Obesidade;
·        Dieta rica em gorduras de origem animal;
·        Sedentarismo;
·        Terapia de reposição hormonal por mais de 10 anos.  

Sinais e sintomas:
O sinal mais comum do câncer da mama é o aparecimento de um nódulo ou caroço, sobretudo quando não desaparece durante o ciclo menstrual e não muda de local quando apalpado. É bom lembrar que a maioria dos nódulos que aparecem na região mamária são tumores benignos, como por exemplo os cistos e os fibroadenomas, contudo só o médico poderá identificá-los e dar a orientação adequada.
A grande preocupação, portanto, é com os tumores malígnos, como o câncer de
mama, que se desenvolve sem provocar dor,  porisso devem ser diagnosticados o mais precocemente possível a fim de possibilitar um tratamento curativo.
Outros sinais que devem ser pesquisados são: edema (inchação), retração da pele (covinha), pele em “casca de laranja”, eritema (vermelhidão), alteração da aréola, ulceração, sangramento ou desvio do mamilo.
Embora o câncer de mama no início não apresente dor, qualquer sensibilidade dolorosa fora do período pré-menstrual deve ser relatada ao médico.

Prevenção e Diagnóstico Precoce:
A melhor maneira de combatermos este câncer é através da prevenção, pois só assim a doença é diagnosticada em sua fase precoce e com melhores chances de cura.
Toda mulher deve procurar o ginecologista uma vez por ano para fazer  exame clínico e obter orientação preventiva sobre doenças ginecológicas. A falta de informação leva a um atraso no diagnóstico, impossibilitando muitas vezes o tratamento adequado.
Para a prevenção do câncer de mama, temos:
·        Orientação médica preventiva;
·        Exame clínico;
·        Auto-exame;
·        Mamografia (complementada ou não por ultra-sonografia das mamas).

O Auto-exame :
O auto-exame é um método de diagnóstico onde a própria mulher faz, em frente a um espelho, um exame visual de suas mamas e em seguida faz a palpação de ambos os seios.
É portanto uma forma simples de se prevenir de uma doença séria.
Fazendo-o regularmente, a mulher conhece melhor suas mamas, seu volume, a textura do tecido mamário e possíveis alterações que ocorram no período do ciclo menstrual. Assim, tem condições de perceber melhor qualquer alteração que se apresente, e, conseqüentemente, procurar o médico antes que qualquer doença mais grave se desenvolva.
O auto-exame deve ser instruído pelo ginecologista ou por outro profissional da área médica. Este deve ser feito mensalmente, uma semana após a menstruação, pois as mamas estão menos inchadas e doloridas nesta fase do ciclo. As mulheres que não menstruam mais devem escolher um dia do mês para realizar o auto-exame (por exemplo, todo dia 15). O importante não é o dia em que o auto-exame deve ser feito, mas sim que ele seja realizado regularmente a cada mês.
Qualquer alteração verificada pelo auto-exame deverá ser comunicada com brevidade ao ginecologista ou mastologista, que é o médico especializado em doenças da mama. 


Na frente do espelho: 
Primeiro fique em pé em frente ao espelho e examine atentamente suas mamas. Observe a forma, a cor e a textura da pele.
Em seguida, levante os braços devagar observando atentamente a imagem projetada no espelho para verificar se há mudanças na forma ou no contorno dos seios.
Agora, coloque as mãos na cintura, contraia os músculos do peito de modo a empurrar as mamas para frente, (sentindo o esforço dos músculos peitorais), e observe novamente se há mudanças na forma ou no contorno dos seios; 


No chuveiro:
Levante seu braço esquerdo e coloque a mão atrás da cabeça. Com a mão direita ensaboada junte os dedos e vá apalpando o seio esquerdo, comprimindo-o contra o tórax. Com as mãos ensaboadas elas deslizarão suavemente sobre a pele molhada.
Nesta apalpação usar as polpas digitais, fazendo movimentos circulares ao redor do seio, verificando cada parte do mesmo. Não fazer o movimento de “pegar alguma coisa com os dedos”, pois o correto é usar as polpas digitais para pressionar levemente o tecido mamário contra o tórax e com isso “sentir” a presença de caroço ou endurecimento da mama.
Repetir a apalpação com a mama oposta: com o braço direito colocado atrás da cabeça, apalpar o seio direito com a mão esquerda, sempre fazendo movimentos circulares ao redor do seio, pressionando cada parte do mesmo; 


Deitada na cama:
Deite-se de costas em uma posição confortável e coloque um travesseiro debaixo de seu ombro direito. Com a mão esquerda examine toda a sua mama direita  e depois inverta o processo fazendo o mesmo com a mama oposta, sempre com movimentos circulares ao redor do seio. Por último, aperte delicadamente seus mamilos (bico do seio) e observe se sai algum líquido.
Comunique com brevidade ao seu médico se você notar qualquer anormalidade verificada pelo auto-exame, tais como:
·        Mudanças na forma ou coloração das mamas;
·        Nódulos ou caroços;
·        Pele tipo "casca de laranja";
·        Presença de líquido ou secreção que sai dos mamilos.
 Movimentos para Pesquisa


Movimento em espiral
Do exterior para o interior
Em círculos concêntricos
Em bandas verticais
Não Entre em Pânico:
Lembre-se que a maioria dos nódulos encontrados nas mamas são tumores benígnos, como por exemplo os cistos e os fibroadenomas.
Os cistos são nódulos dolorosos que aumentam de volume antes da menstruação e os  fibroadenomas são nódulos móveis à apalpação que podem ser facilmente retirados por meio de uma pequena cirurgia, geralmente feita com anestesia local.
Lembramos que o auto-exame da mama é apenas uma das três maneiras recomendadas para identificar o câncer da mama em seus estágios iniciais. É preciso enfatizar a necessidade de também ser feita a consulta médica anual para orientação preventiva e a mamografia.
  
Mamografia:
Atualmente é o melhor exame para o diagnóstico precoce do câncer de mama. A mamografia é capaz de detectar um nódulo (menor que 1cm) antes mesmo que ele se torne palpável. Quando o diagnóstico é feito dessa forma, ainda no início da formação do tumor, as chances de cura se tornam muito maiores, descartando a necessidade de retirada da mama para o tratamento. Apesar de ser um método eficaz, a mamografia não descarta o auto-exame e o exame médico feito pelo ginecologista ou mastologista.
A mamografia deve ser feita somente em mulheres acima dos 35 anos, pois as mamas de pacientes mais jovens possuem pouca gordura e isso faz com que pareçam muito densas, dificultando a visualização de lesões.
A mamografia é um exame radiológico feito mediante compressão das mamas, requisito essencial para o sucesso do exame. Portanto, deve-se evitar a mamografia no período anterior ao da menstruação, quando as mamas ficam um pouco doloridas, o que causará um certo desconforto durante a execução do exame. Recomenda-se que ele seja feito aproximadamente uma semana após o período menstrual.
Os resultados da mamografia não atestam se o tumor é maligno, apenas sugerem o diagnóstico. Somente a biópsia com exame anátomo-patológico pode dar o diagnóstico de certeza.
A título preventivo, a primeira mamografia deve ser feita aos 35 anos de idade, mesmo que não exista nenhum sintoma. É importante guardar o resultado de uma mamografia feita nesta idade para que possa servir de base de comparação com as mamografias que serão feitas nos anos subseqüentes;
Mulheres com 40 anos, sem sintomas, também devem fazer um exame mamográfico;
Mulheres entre 40 e 49 anos devem fazer uma mamografia a cada dois anos. Se houver casos de câncer na família a mamografia deverá ser feita anualmente nesta faixa etária;
E, aquelas com 50 anos ou mais, uma mamografia anualmente;
Qualquer paciente que apresente nódulo na mama deve procurar o seu médico e fazer mamografia bilateral o mais breve possível.

Ultra-sonografia:
É feita sobretudo em pacientes jovens, pois a densidade da mama dessas mulheres jovens não permite, em certos casos, a visualização de nódulos na mama. Por outro lado, a diferença entre nódulo sólido e cístico é melhor visualizado pelo exame ultra-sonográfico.
Além disso, a ultra-sonografia pode ser usada para orientar as punções de nódulos
mamários.

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